SETEMBRO AMARELO, MÊS DE PREVENÇÃO DO SUICÍDIO
PREVENÇÃO
*Por Tatiana Dalcin
Suicídio é um problema complexo para o qual não existe uma única causa ou uma única razão. Ele resulta de uma complexa interação de fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais. Ele pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio, e a cada três segundos uma pessoa atenta contra a própria vida. As taxas de suicídio vêm aumentando globalmente. O Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios. Em cada 45 minutos um brasileiro comete suicídio.
O comportamento suicida envolve ideias, desejos e manifestações da intenção de querer morrer, normalmente planeja onde, quando e como vai fazer levando em conta como isso irá impactar outras pessoas. A depressão é a doença responsável pelo maior número de casos de suicídio no período da adolescência nos anos atuais (ZAPPE; DELL’AGLIO, 2016). Entre jovens e adolescentes há motivações complexas, incluindo humor depressivo, jogos virtuais , abuso de substâncias, problemas emocionais, familiares e sociais, história familiar de transtorno psiquiátrico, rejeição familiar, negligência, além de abuso físico e sexual na infância. O suicídio também é elevado entre os idosos, devido a fatores como: perda de parentes, sobretudo do cônjuge; solidão; existência de enfermidades degenerativas e dolorosas; sensação de estar dando muito trabalho à família e ser um peso morto para os outros.
Existem três características em particular que são próprias ao estado mental, são elas : ambivalência; o desejo de viver e morrer batalham numa gangorra , muitas pessoas não querem realmente morrer – é somente porque elas estão infelizes com a vida; a impulsividade; usualmente desencadeado por eventos negativos do dia-a-dia e a rigidez; quando elas constantemente pensam sobre suicídio e não são capazes de perceber outras maneiras de sair do problema.
A prevenção ao suicídio é feita por diversas maneiras, a tarefa mais importante é ouvi-las efetivamente. “Conseguir esse contato e ouvir é por si só o maior passo para reduzir o nível de desespero suicida.” O objetivo é preencher uma lacuna criada pela desconfiança, desespero e perda de esperança e dar à pessoa a esperança de que as coisas podem mudar para melhor. Entender os sentimentos da pessoa (empatia). Dar mensagens não-verbais de aceitação e respeito; expressar respeito pelas opiniões e valores da pessoa; conversar honestamente e com autenticidade; mostrar sua preocupação, cuidado e afeição; focalizar nos sentimentos da pessoa. É necessário dar todo apoio emocional, acalmando a tal crise e ganhando tempo para que um profissional da saúde intervenha, ajudando a diminuir o sofrimento. Uma abordagem calma, aberta, de aceitação e de não-julgamento é fundamental para facilitar a comunicação.
De acordo com a OMS a felicidade é um componente essencial da saúde, é um hábito que deve ser construído. Tire um tempo de qualidade onde você possa ter uma vida mais saudável. Se doe mais, seja mais solicito não viva a vida isolada, nós fomos feitos para ter relacionamentos. Crie mais tempo livre na sua vida, em vez de viver a vida a correr, aprenda a abrandar, saborear. Procure fazer leituras saudáveis, exames de rotina, praticar exercícios, hobbs e comer alimentos saudáveis. Seja agradecido, aprenda a reconhecer e a agradecer.
A vida foi feita para ser bem vivida!
Psicóloga e Pós graduanda em Neurociência Tatiana Dalcin
(21) 99246-6916
*Originalmente no Jornal Opção Ação de Setembro de 2018